


A sustentabilidade da produção do agrossistema depende, entre muitos fatores, da manutenção ideal do ambiente. As mudanças climáticas, tal como o efeito do gás estufa (aquecimento global), muito debatido na atualidade, pode influenciar o meio ambiente considerando o ciclo do carbono e do nitrogênio no agrossistema.
Este aquecimento tem afetado diretamente o ciclo vegetativo das plantas, a migração de animais, assim como atua na extinção de muitas espécies e, por consequência, afeta a biodiversidade do sistema terrestre. Estas mudanças são consideradas, no momento, os maiores desafios para a população mundial, uma vez que elas afetam a produção de alimentos e alteram, de forma significativa, a estrutura ambiental do planeta (represas, desmatamento, movimentação de solos, uso excessivo de fertilizantes, entre muitos outros).
A emissão dos gases de efeito estufa está diretamente relacionada ao novo modelo de vida e, em última instância, à emissão de gases (metano) pelos animais, manejo de resíduos (diversos), sistema de cultivo de arroz, queima dos lixos domésticos, entre outros. Parte da emissão dos gases de efeito estufa relaciona-se, assim, ao sistema de produção animal, principalmente, dos ruminantes.
Na atualidade, imputa-se quase 25% (estatísticas de difícil mensuração) da emissão dos gases de efeito estufa ao referido sistema (bovinos confinados, gado de leite, ovinos e caprinos). Desta forma, ainda para os próximos anos, espera-se uma redução na respectiva emissão de gases de efeito estufa. Para isso, será preciso o desenvolvimento e uso de moléculas que evitem a produção desses gases pelo sistema digestório dos ruminantes. A FAO, porém, estima um crescimento populacional acentuado nos próximos anos. Este crescimento, com certeza, demandará mais produção de alimentos. Pergunta-se: como viabilizar esta demanda por aumento de alimentos?
Vários meios estão sendo desenvolvidos atualmente: hidroponia, algas marinhas, alimentos sintéticos (oriundos do leite, da carne e do ovo). Neste caso, os animais seriam utilizados como fornecedores de material genético para posterior multiplicação em laboratórios (biotecnologia de ponta). Todavia, estes novos sistemas de produção de proteína animal terão que superar vários estigmas: aceitação popular, questão social, aspecto religioso, modelo econômico, desiquilíbrio socioeconômico, entre muitos outros.
Para continuar o mesmo modelo de horizontalização da produção de alimentos seria necessário desmatar vastas extensões de terras em países menos desenvolvidos (regiões da América do Sul e África). De forma grave, a continuidade deste sistema provocará, com certeza, maior aquecimento global. Neste contexto, as novas gerações de pesquisadores terão duplo desafio: aumentar a produção de alimentos sem destruir, porém, o meio ambiente e, com ele, a vida na terra. Este é um tema que certamente demanda grande envolvimento filosófico sobre o novo sistema de vida em nosso planeta.